quarta-feira, 8 de maio de 2013

Motorola RAZR D3: dois chips e muitos recursos

Smartphone agrada com bom desempenho no dia-a-dia, câmera sofisticada e boa autonomia de bateria. E tudo isso com um preço acessível.

O mercado de smartphones Dual-SIM (ou “com dois chips”, como são popularmente conhecidos) está mudando. Antes dominado por modelos de baixo custo e procedência duvidosa, nos últimos meses ele tem sido alvo de grandes fabricantes, que oferecem produtos confiáveis e cada vez mais sofisticados a consumidores que desejam a comodidade de ter duas linhas em um só aparelho sem abrir mão de recursos encontrados em smartphones mais avançados. É o caso do RAZR D3, da Motorola.

Design e hardware
O design do RAZR D3 segue as mesmas linhas gerais de outros smartphones da família RAZR, incluindo o tradicional “queixo” sob a tela, mas usando materiais mais simples. A carcaça é feita de plástico e na traseira, em vez de um painel de Kevlar, há apenas uma textura moldada. Os parafusos à mostra na lateral, como no RAZR i, dão ao aparelho uma aparência “industrial”, e a construção é sólida.
A frente é toda dominada pela tela, e as bordas finas ao redor dela dão ao smartphone um design muito compacto: ele é menor e mais estreito (11,9 x 5,9 cm, com espessura de 9,8 mm e peso de 120 gramas) que concorrentes com o mesmo tamanho de tela como o Galaxy S II Lite.

O RAZR D3 está disponível nas cores preta e branca, e também há uma versão Single-SIM. Analisamos a versão preta, Dual-SIM. Nesse modelo, os dois chips ficam simultâneamente “de prontidão”, prontos para receber chamadas e mensagens. Mas quando um chip está em uso, como por exemplo durante uma chamada ou transferência de dados via 3G, o outro chip é desconectado. Ou seja, quaisquer chamadas feitas para ele serão redirecionadas para a caixa postal.
Por dentro o RAZR D3 é baseado em um processador dual-core de 1.2 GHz, o MediaTek MT6577rodando a 1.2 GHz, acompanhado por 1 GB de RAM e 4 GB de memória interna, expansível com cartões microSD. A tela de 4" tem resolução de 480 x 800 pixels e boa qualidade de imagem: mudanças no brilho de acordo com o ângulo de visão são pequenas e não notamos distorção de cor, o que é muito bom. 

O aparelho é compatível com redes 3G, e também tem interface Wi-Fi compatível com os padrões 802.11 b/g/n, além de uma interface Bluetooth 4.0. Também tem GPS, Rádio FM e NFC, recurso que pode ser usado para facilitar a troca de dados entre dois aparelhos compatíveis (basta “encostar” eles, por exemplo), a comunicação com acessórios ou até mesmo como base para um sistema de pagamento eletrônico.
Software
O RAZR D3 roda o Android 4.1.2, e o sistema é surpreendentemente próximo de uma versão “limpa” do Android. A mudança mais visível é no Launcher responsável pelas telas iniciais, que traz um painel de ajustes rápidos (na extrema esquerda) e um assistente para a criação de novas telas com widgets e ícones (na extrema direita). Quase todo o resto, até mesmo a galeria de imagens e o app da câmera, que geralmente são modificados pela Motorola, são os mesmos do Android padrão.
Mas o mais interessante é que a Motorola está garantindo a atualização dos aparelhos para a próxima versão do Android. E não estamos falando da 4.2 (uma variante da Jelly Bean, já disponível em alguns aparelhos como o Nexus 4), mas da que virá após ela, conhecida por enquanto pelo codinome “Key Lime Pie”, sobre a qual devemos descobrir mais durante o Google I/O ainda neste mês. É uma ótima notícia para quem tem medo de investir em um smartphone e rapidamente acabar com um aparelho “obsoleto” nas mãos.

A Motorola inclui no aparelho alguns softwares úteis, como o manual eletrônico Guide Me, que ensina a usar os recursos do aparelho, e o Smart Actions, que permite automatizar ações que podem tornar o aparelho mais fácil de usar ou até ajudar a economizar bateria. 
A empresa também adicionou ao sistema recursos para o gerenciamento dos dois chips. Na opção “Gerenciar cartões SIM” dentro das configurações é possível definir um nome, cor e ícone para cada cartão e dizer qual deles deve ser o padrão para voz, dados ou mensagens. 
Também há mudanças em outros pontos: no discador há dois botões para iniciar uma chamada, um para cada SIM. Na hora de enviar um SMS, também é possível escolher qual SIM usar, e mensagens recebidas são identificadas com o ícone do SIM de origem. E cada SIM pode ter um toque diferente.

Câmera
A câmera é um dos destaques do RAZR D3. Seu sensor de imagem (8 MP) usa uma tecnologia chamada BSI (Backside Illumination) que lhe permite capturar mais luz, o que resulta em fotos melhores mesmo em ambientes pouco iluminados.
Decidimos testar na prática a diferença que essa tecnologia faz comparando fotos feitas pelo RAZR D3 em nosso estúdio com imagens feitas por um outro aparelho da Motorola com sensor de 8 MP, um RAZR MAXX, sob as mesmas condições: luzes apagadas, com a única iluminação vinda de uma porta aberta no outro lado da sala.

Fica evidente, na imagem central, que o RAZR D3 por si só produz uma imagem com cores mais fiéis. Mas a diferença mesmo vem quando ativamos o recurso HDR (High Dynamic Range), que combina múltiplas exposições para produzir uma só imagem com melhor equilíbrio entre as áreas de luz e sombra. Na imagem da direita podemos ver detalhes na roupa e rosto do personagem que seriam imperceptíveis sem este recurso.
O RAZR D3 também faz belas fotos sob a luz do sol, e a câmera tem recursos interessantes como fotos panorâmicas, embora a resolução (1440 x 420 pixels) não as torne adequadas para impressão. Na hora de filmar é possível fazer vídeos com resolução HD (720p) e usar o zoom enquanto filma. Também há alguns efeitos especiais divertidos que podem ser usados durante a gravação: você pode deixar as pessoas com olhos grandes, boca pequena ou o rosto esticado, por exemplo.

Desempenho e autonomia de bateria
O RAZR D3 atingiu a marca de 7.629 pontos no AnTuTu, nosso benchmark padrão para smartphones Android. Nada mal para um aparelho de baixo custo, e superior aos 6.845 pontos de concorrentes como o Galaxy S II Lite, da Samsung. Também não tivemos problemas ao realizar as tarefas do dia-a-dia, seja ouvir música, assistir vídeo, acessar redes sociais ou navegar com múltiplas abas abertas no Chrome. 
O D3 também não desapontou na hora da diversão. Jogos casuais como Jetpack Joyride, Subway Surfers e Temple Run 2 rodaram sem maiores problemas. Já Sonic 4: Episode II se mostrou jogável, embora com alguns engasgos ocasionais.
Mas ele não é um aparelho recomendado para jogos mais pesados, por causa da memória interna: dos 4 GB totais, apenas 2,33 GB estão disponíveis ao usuário e muitos jogos modernos ocupam quase todo esse espaço: Asphalt 7, por exemplo, pede 1,57 GB, e Real Racing 3 pelo menos 1,2 GB. Se você instalá-los, não sobrará muito espaço para seus outros apps. 
Já na autonomia de bateria, uma boa surpresa: foi comum chegarmos ao fim de um dia típico de trabalho, cerca de 13 horas fora da tomada, com 30% de carga restantes, mesmo com dois chips no aparelho, o que é um ótimo resultado.
Veredito
Com bom desempenho no dia-a-dia, uma boa câmera e autonomia de bateria que “dá e sobra” pra um dia de uso típico, o RAZR D3 (R$ 799 no preço sugerido pelo fabricante, sem subsídios de operadora) é uma excelente opção para quem procura um bom smartphone mas não pode gastar muito, esteja interessado ou não em um aparelho com “dois chips”. 











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